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domingo, 10 de outubro de 2010

Especial Dia das Crianças: o efeito Chuquinha.

   Era sempre assim: em véspera de dia da criança ou natal já começavamos, meu irmão e eu, a doutrinar nossos pais em direção ao brinquedo esperado por nós,"não esqueça a minha caloi" ou coisa do tipo. Doutrinação essa que quase sempre saía pela culatra, já que mamãe parecia indoutrinável.

   No meu caso, o pedido sempre circulava em torno de qualquer modelo de Barbie, o problema é que mãmãe, sabe-se lá por que, decidiu, contra todas as minhas manifestações, que eu deveria fazer uma coleção da Chuquinha (uma bonequinha de seus 12 cm de altura, barriguda, careca, com um tufinho de cabelo, que só brincava, comia e dormia). Mamãe achava que a coleção da tal Chuquinha ficaria liiiiiinda na estante do meu quarto.





   Assim acontecia: eu pedia a Barbie Sonho de verão e ganhava a Chuquinha escorregador, pedia a Barbie Wind Surf e ganhava a chuquinha com um banheirinha rosa... E como criança gosta mesmo é de brinquedo, eu adotava cada chuquinha e cuidava de cada uma sem preconceitos.

   Nessa época, já com uma quase completa coleção de Chuquinhas gorduchas e carecas (sim, porque elas eram todas iguais), começei a costurar. Mamãe, como boa parte das peruas da década de 80, fazia altos crediários no Esplanada e mandava fazer seus modelitos por uma costureira conhecida.


    Passávamos horas na casa de Beá (a costureira de mamaãe), lembro que jantava e até cochilava esperando mamãe decidir seus looks nas revistas. Comecei, então, a juntar retalhos por ali e a fazer as mais fofas roupinhas de boneca, seguindo as tendências "incríveis" da década ( no melhor stile New Wave).

   Mas havia um pequeno problema, por mais "tchan" que fosse o medelito, nada ficava bem no corpinho roliço da Chuquinha. Um tomara-que-caia jeans (de tecido que sobrou de uma barra do jeans de papai) com uma fenda suuuuper sexy na perna, meio drapeado do lado, por mais avant gard que fosse, ficava horroroso no corpo da baixinha. Mesmo frustrada com o caimento, nunca desisti, continuei costurando roupinhas para minha coleção de bonequinhas gordinhas, minhas modelos over size.
  
   Certa vez pedi de presente uma cabeça da Barbie (uma cabeça  tamanho real que vinha com altos acsessórios para frizar e arrumar cabelo, era assim a cara da Grazi Massafera), meu Deus, aquela cabeça da Barbie era tuuuudo! Ganhei um conjuntinho de liquidificador e forninho elétrico que funcionavam de verdade. Deve ser por isso que tenho uma certa fobia com realação a tudo que diz respeito à cozinha.


    Não sei bem qual era o problema de mamãe com a Barbie, talvez, muito sabiamente, ela não quisesse que sua pequena se iludisse com um mundo cor de rosa, magro, de pessoas lindas, ricas... um mundo de alto glamour. O fato é que nunca ganhei uma Barbie até completar 26 anos quando meu então noivo, hoje marido, presenteou-me com uma Barbie Fashion. Meu Bob na vida real me deu uma Barbie!Um fofo!

   Ao ganhar minha Barbie percebi que meu perfil e estilo de vida estavam muito mais para "Chuquinha cresceu e continua gordinha e simpática" do que para Barbie continua gata como sempre. Meus amigos sempre riem dessa estória, quando digo que não consigo emagrecer porque tenho síndrome de chuquinha crescida.

  Hoje, em véspera do Dia das crianças, amigas peruettes, minha sugestão é que, ao presentear, não ignorem os pedidos de seus pequeninos , mas procurem brinquedos com uma boa mensagem por trás. Uma Barbie pode ser puro glamour, mas pode também trazer valores destorcidos. Por favor, nada de chuquinhas , armas ou bonecos violentos, hein!

   Aos meus pequenos do coração, um feliz dia das crianças! Cada um de vocês trás muuuuita alegria pra vida da titia. ( Eduardo, João Pedro, Bruna, Igor, Vitor, Théo, Stelinha,Bibi... ).

Bjos,

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